por Rojane Marta/VG Notícias
De acordo com Zelandes, o servidor foi exonerado da função comissionada devido ele se opor a cumprir jornada de trabalho e não obedecer à ordem hierárquica do órgão.
O presidente do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande, Zelandes Santiago, em entrevista ao VG Notícias, negou que tenha exonerado Edvaldo Luís de Almeida Leite, do cargo comissionado de gerente de padronização, por questões políticas.
Ontem (01.09), o ex-servidor procurou a reportagem do VG Notícias para denunciar que havia sido exonerado por não aceitar apoiar o candidato a deputado estadual, Emanuel Pinheiro, o qual é candidato declarado do prefeito Walace Guimarães (PMDB). Clique e confira matéria relacionada.
De acordo com Zelandes, o servidor foi exonerado da função comissionada devido ele se opor a cumprir jornada de trabalho e não obedecer à ordem hierárquica do órgão.
“Desde o começo ele não queria trabalhar o expediente inteiro, ele era DGA, de dedicação exclusiva, mas chegava as 10, 11 horas e saia as 16 horas, ele ainda faltava dois, três dias, e não avisava ninguém. Ele não obedecia a hierarquia. Eu fiz uma advertência verbal para ele, para voltar a trabalhar o período integral, para cumprir as 40 horas assim como os demais servidores, inclusive eu cumpro essa carga horária. Ele chegava tarde e saia cedo porque tem uma empresa, um frigorífico, e tinha que cuidar desta empresa. Na verdade, ele estava gerando um prejuízo ao erário, ele era DGA e ganhava um salário de quase R$ 3,5” declarou.
Zelandes também negou que o prefeito tenha expedido um decreto determinando a exoneração do ex-servidor por ele não apoiar Pinheiro, conforme foi declarado por Edvaldo à reportagem doVG Notícias. “Não há decreto nenhum assinado pelo prefeito para exonerar este servidor, aqui é uma autarquia, quem manda, sou eu” disse.
No entanto, o presidente do DAE/VG confirmou uma prática na gestão peemedebista que é o loteamento de cargo público. Conforme Zelandes, o cargo de gerente de padronização – que era ocupado por Edvaldo, pertence ao vereador Joaquim Antunes (PDMB), e é ele quem indica o servidor que ocupa a vaga.
“O prefeito ficou sabendo da exoneração porque eu telefonei para ele e falei que iria exonerar Edvaldo, e comuniquei também ao vereador Joaquim Antunes, para ele fazer a substituição, porque o cargo é indicação política dele. Então falei para o vereador substituir porque o Edvaldo não servia mais para ocupar a vaga” revelou.
Ao ser indagado pela reportagem do VG Notícias de que se não é uma prática errada, já que o cargo tem que pertencer ao município e não a um determinado vereador, e que neste caso, quem perde é a população que acaba tendo pessoas incapacitadas à frente de cargo público por conta de “acordos” amarrados pelo prefeito, Zelandes disse concordar.
“É cargo de livre escolha. Eu também acho que o cargo deveria ser mais no critério técnico, e por isso eu falei para o vereador e para o prefeito quando enviar alguém para preencher o cargo vai passar por uma entrevista comigo e com o diretor comercial, tem cargos que não tem jeito, tem que ser ocupado por pessoas qualificadas” declarou.
Ao finalizar, Zelandes ressaltou que Walace não está impondo condições para apoiar o candidato dele (Emanuel Pinheiro), e disse que o ex-servidor está se vitimando. “Ele está se vitimando. O prefeito nunca pediu para ninguém apoiar o candidato dele, inclusive eu apoio outro candidato e continuo como presidente, assim como tem outros secretários e diretores, que apoiam candidatos contrários ao do prefeito. Essa fala que ele falou que o prefeito está pressionando é conversa dele com o Joaquim Antunes, eu nunca tive uma fala do prefeito para apoiar esse ou aquele candidato deputado estadual ou federal, o que nós tivemos uma conversa é para apoiar os candidatos a majoritários que são do arco de aliança, que é o presidente da república, governador e senador, o resto, está todo mundo liberado” finalizou.
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